Historiadora Barreirense representa o Brasil apresentando pesquisa em Universidade dos EUA
Uma pesquisadora Barreirense deu uma palestra na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, falando de sua pesquisa sobre como os africanos recriaram danças e músicas em Minas Gerais no século 18. Keli Carvalho Nobre de Souza é do bairro Teixeira Dias e é historiadora vinculada ao Programa de Pós-graduação em História da UFMG. Ela foi a única pesquisadora em nível de pós-graduação a compor a mesa do evento nos Estados Unidos.
Keli conta que ficou surpresa ao ser chamada para palestrar na universidade americana. “Eu fiquei em êxtase, eu nem acreditei quando vi o email. Eu sempre tive vontade de conhecer e estar em Yale. Era um sonho bem distante. Eu mandei a proposta na época que vi que o evento tinha a ver com a minha temática de pesquisa, mas sem muitas esperanças e quando chegou o convite para participar eu fiquei imensamente feliz. Quando vi a programação do evento eu tomei um susto porque eu era a única estudante a apresentar o trabalho.Todos os apresentadores já eram professores, pesquisadores em grandes museus em universidades do mundo todo. Eu fiquei feliz em poder representar as pesquisas brasileiras”, conta a Barreirense.
Durante toda sua trajetória acadêmica, Keli estudou os africanos e seus descendentes em diferentes aspectos e Minas no século 18. O interesse pela pesquisa que ela foi apresentar em Yale surgiu após uma visita a coleção de documentos da UFMG de Curt Lange, um musicólogo importante. Ela leu tudo que tinha a ver com os africanos, se apaixonou pela temática e escreveu o projeto que foi aprovado.
“Eu estudo as recriações, as tradições africanas de dança na capitania de Minas Gerais no século 18 e a reação dos governadores, bispos e demais habitantes frente a estas tradições musicais, danças e tradições culturais. Para fazer isso eu escolho duas nações específicas de africanos que são os Minas e os Courás. Na história dessas pessoas, eu comparo o que os Minas e os Courás faziam de dança aqui em Minas Gerais e o que era feito em termos de música e dança lá na região da Costa da Minas, mais especificamente nos reinos de Uidá, Aladá e Daomé”, explica Keli.