Mulher acusada de matar a filha recém-nascida disse em depoimento que não se lembra do crime, que teve depressão e surto
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Mulher foi ouvida durante Júri nesta quinta-feira. Foto TJMG
A mulher de 37 anos acusada de agredir e matar a filha recém-nascida e colocá-la em uma caçamba no Barreiro de Baixo foi ouvida durante o julgamento do caso nesta quinta-feira (6 de fevereiro). A mulher disse que, no dia do nascimento da criança, se lembra de ter acordado com uma dor muito forte no banheiro da casa. Ela afirmou também que não se lembra de ter agredido a criança nem de tê-la colocado em uma caçamba e que só foi entender o que tinha acontecido após ser presa.
A acusada relatou que, depois do ocorrido, foi entender que tinha tido depressão, sofrido um surto e passado por crises de ansiedade e choro. Ela disse ainda que não tinha a intenção de matar a filha e que, quando a deixou na caçamba, esperava que alguém a encontrasse viva. “É uma dor que vou carregar para o resto da vida”, concluiu a mulher em depoimento.
Atualmente, a mulher toma remédios controlados e tem dois filhos, sendo um deles nascido após a morte da recém-nascida. A ré afirmou que, na primeira gravidez, sentiu uma tristeza enorme e não entendia o que estava acontecendo, e sentiu o mesmo na segunda gravidez. Ela alegou sentir “uma loucura na cabeça, uma tristeza enorme, medo de morrer ou de ser abandonada”. A acusada também relatou que não conseguiu desabafar com ninguém.
O júri do caso começou às 8h50 e, além da acusada, duas testemunhas foram ouvidas. Ainda ocorrem debates entre defesa e acusação, e não há uma previsão exata para a sentença.
Entenda o caso
O caso aconteceu em março de 2020, quando a bebê foi encontrada enrolada em uma sacola, sem vida. De acordo com a denúncia, a mãe, hoje com 37 anos, escondeu a gravidez do companheiro e planejou fazer o próprio parto sozinha. Após dar à luz, teria agredido a criança e a deixado na rua, dentro de uma caixa de sapatos, sem demonstrar qualquer arrependimento. Moradores que passavam pelo local acionaram a polícia, mas a bebê não resistiu aos ferimentos e morreu antes de chegar à UPA Barreiro.