Mãe denuncia bullying contra filha autista de 8 anos em escola do Barreiro
A mãe de uma menina de 8 anos, diagnosticada com autismo, denunciou que sua filha tem sofrido bullying na Escola Municipal Aires da Mata Machado, no bairro Vale do Jatobá. De acordo com a mãe, a criança, que é autista e tem altas habilidades, não quer mais frequentar a escola devido aos episódios de bullying.
Segundo a denúncia, o caso aconteceu nas dependências da escola, onde outras crianças gritavam insistentemente. A menina, sensível a sons altos devido ao autismo, pediu que parassem, explicando que os gritos a desregulavam. No entanto, uma das crianças continuou gritando, ignorando seu apelo. Além disso, a menina foi alvo de insultos como “quatro olhos, feia e autista doente”, o que agravou ainda mais a situação.
A mãe afirma que levou o caso ao conhecimento da direção da escola, mas foi informada de que se tratava apenas de uma “brincadeira de criança”. Porém, os impactos na saúde da menina foram sérios. Ela começou a tomar medicação para ansiedade, e a família está enfrentando dificuldades emocionais e psicológicas com a situação.
Em resposta à reportagem do Barreiro Notícias, a Secretaria Municipal de Educação declarou que “não há registro formal de caso de bullying na escola envolvendo a estudante”. Entretanto, a mãe já registrou até um boletim de ocorrência para formalizar a situação.
Outro ponto levantado pela mãe foi a ausência de uma auxiliar de apoio exclusiva para a filha, algo garantido para estudantes com autismo. A Secretaria Municipal de Educação respondeu que a aluna tem o acompanhamento de uma auxiliar compartilhada desde 2022, quando ingressou na escola.
“A avaliação pedagógica da aluna, que considera critérios como autonomia e desenvolvimento, não apontou a necessidade da presença de um profissional exclusivo/individual. A necessidade do Auxiliar de Apoio ao Educando exclusivo se dá quando o estudante ainda não construiu ou possui algum motivo que impeça sua autonomia nas atividades de vida diária”, explicou a Secretaria em nota.
No entanto, a mãe contesta essa afirmação, alegando que a auxiliar de apoio é exclusiva para outro aluno, e que o suporte não está sendo devidamente compartilhado com sua filha.
Veja as respostas completas da secretaria de Educação:
Sobre o acompanhamento especializado, a SMED disponibiliza profissionais de apoio para os estudantes com deficiência e TEA, conforme necessidade. Desde que ingressou na escola, em janeiro de 2022, a aluna tem acompanhamento de Auxiliar de Apoio.
A Secretaria Municipal de Educação reforça que, desde que começou a frequentar a Escola Municipal Aires da Mata Machado, a aluna Melissa é acompanhada por um auxiliar de apoio compartilhado. A avaliação pedagógica da aluna, que considera critérios como autonomia e desenvolvimento, não apontou a necessidade da presença de um profissional exclusivo/ individual. A necessidade do Auxiliar de Apoio ao Educando exclusivo se dá quando o estudante ainda não construiu ou possui algum motivo que impeça a sua autonomia nas atividades de vida diária.
A SMED informa ainda que o atendimento segue o que estabelece a Política de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva – PNEE/MEC/SECADI/2008, bem como na Lei 13.146/2015 – Lei Brasileira de Inclusão e, por analogia, na Política de Educação Inclusiva no Município de Belo Horizonte.
